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Penso, logo desisto! – Agir

Saiba como AGIR com coerência.

As nossas ações são o nosso cartão de visita, elas demonstram como nós estamos realmente.  O grande problema é que na maioria das vezes, penso, falo e ajo de maneiras diferentes. E aí a coerência…desaparece!

Em nossa série “Penso, logo desisto!” estamos apresentando um conjunto de ferramentas elaboradas com mais detalhes no livro Autoconhecimento – o tesouro desconhecido, cuja terceira edição foi lançada em 2024, “para a educação da nossa mente e pensamentos, e, na mudança de nosso comportamento. Agir com coerência está muito além do ato de pensar e fazer.

Agir, é o 4ª movimento do autoconhecimento, e parece algo tão simples, afinal de contas, agimos o tempo todo!  Mas quantas vezes temos sucesso em nossas ações? Quantos dias da semana conseguimos chegar ao seu fim, sem ter aquela sensação de que: “hum, eu podia ter ficado quieto naquela situação!” Ou ainda: “Puxa vida, eu não devia ter deixado de responder aquilo!”. Com minhas ações, atropelo reuniões, entro e saio correndo de lugares sem cumprimentar ninguém, brigo no trânsito… E ainda quero ter razão o tempo todo, mesmo tendo ações contraditórias e inadequadas. 

UMA AÇÃO COERENTE EXIGE FAZER A COISA CERTA, NA HORA CERTA, COM A PESSOA CERTA E DA FORMA CERTA, COM CONTINUIDADE.

Todo comportamento é construído e pode ser transformado, portanto vamos agora mostrar como podemos deixar de ser impulsivos ou omissos e agir com coerência. 

Com a pratica do autoconhecimento vamos percebendo que não sabemos pensar, muito menos refletir, e, somando nossas emoções descontroladas,  só podemos ter ações comprometidas. 

Com a educação do pensar, teremos uma mente mais saneada e através das ferramentas certas é só trabalhar! Se ainda não leu, sugiro ler ou reler os posts anteriores das 3 regras das quais já falamos. 

Vamos aplicar agora os 5 movimentos do autoconhecimento para um agir coerente:

1º- Observar os nossos reais interesses e onde exatamente queremos chegar com nossa ação. Identificar as emoções e desejos envolvidos nessa ação. Verificar se tem lógica e coerência o que estou querendo fazer.  Uma ação movida pelas emoções via de regra não me leve a lugar algum, mas sim, a desencontros, confusões, incoerência e portanto ao fracasso. 

Refletir sobre o passado, qual é o histórico daquela situação, nunca partimos do nada, tudo tem um antecedente. E qual o futuro, isto é, as consequências que a minha ação poderão trazer. Então verificar se as minhas intenções e pensamentos estão em coerência com a minha ação. Ampliar o leque de soluções e refletir se aquela é a melhor decisão e ação para o momento. 

3º – Tomar Atitude é tomar uma decisão interna de qual caminho quero seguir a partir da minha reflexão, e planejar como agir. Nessa hora é que precisamos com impessoalidade e clareza definir os passos que iremos tomar. Temos que ficar atentos e usar da observação e reflexão para que os nossos condicionamentos e emoções não confundam a coerência. Deu para perceber que a pressa e a ansiedade não fazem parte de uma ação coerente. Afinal, a coerência elimina qualquer decisão emocional, ela é lógica e impessoal.

4º – Então é só Agir! Opa, ainda não! 

Porque não basta nós decidirmos.  Na hora da ação precisamos avaliar o ambiente. Esse ambiente pode ser um grupo de pessoas, uma situação, ou apenas uma pessoa, enfim, é tudo e todos que envolvam a minha decisão.  

Esse ambiente tem que estar preparado para minha ação, é algo que percebemos apenas com muita prática. Porque posso falar a coisa certa, para a pessoa certa, da forma certa, mas se for na hora errada, tudo pode ir abaixo.

5º – O Saber Esperar é ativo, pois após a minha ação devo continuar observando e refletindo para verificar os efeitos de minha ações, e reavaliar se consegui alcançar o objetivo esperado, e ainda, para modificar ou continuar na minha estratégia. Lembre-se nossas ações não são isoladas, a continuidade é que trará o resultado. 

Vamos dar dois exemplos, um bem prático e pontual e o segundo mais amplo.

1º Exemplo prático:

  1. Sinto uma vontade de comer um doce, aquele preferido e estou, passando bem em frente à minha doceira preferida! Ação impulsiva – comer o doce imediatamente.
  1. Consigo parar a minha ação impulsiva. Observo-me para descobrir da onde está vindo aquele desejo.  Vejo que não estou com fome, afinal acabei de almoçar e, tomei meu café com um pequeno bombom. Mas sinto um desejo vindo da minha mente, uma vontade aparentemente irresistível. 
  1. Começo a refletir: da onde vem esse vontade? Porque nesse momento? E percebo que estou a caminho de uma reunião muito importante e que a minha ansiedade está alta. Hum, encontro o fundo emocional do desejo – o passado. Agora vou refletir o futuro, se comer esse doce que não preciso agora, irei ganhar umas graminhas que não estou podendo, além do que, a glicose irá acalmar minha emoções, mas também poderá deixar meus sentidos mais lentos para a reunião.
  1. Tomo atitude, e decido internamente que não é a hora apropriada para comer o doce.
  1.  Vou direto para a reunião (agir), chego 15 min antes e tenho tempo de alinhar todos os assuntos e me preparar com calma.
  1. Ao sair da reunião percebo que o desejo passou e os resultados da reunião foram bons. Sinto-me coerente com o meu peso e minhas decisões de ter uma dieta mais equilibrada. Soube esperar.

2º Exemplo:

 1º – Através da observação e da reflexão concluímos que alguém que amamos está precisando de um limite, que teremos que colocar alguns pontos para a pessoa refletir, se não, as consequências poderão ser muito ruins.  Tomamos uma decisão interna (tomar atitude) de agir, então planejamos o que iremos falar, como, onde e quando; porém, no momento que a encontramos para ter a conversa, ela acabou de ter uma notícia maravilhosa, recebeu uma promoção ou coisa assim,  uma situação inesperada alterou o seu humor e a situação. Se tivermos nossa conversa naquele momento (agir), ela poderá não dar valor ao que vou dizer, pois está num estado de sintonia totalmente fora da nossa abordagem e, por mais sentido que a nossa observação tenha, o efeito será mínimo. Aí deve entrar a 5ª regra, o saber esperar o momento certo para retomar o assunto. Nesse caso o recuar é avançar, mas não posso deixar de fazer o que tem que ser feito e estar atento, porque surgirá o momento certo para colocar as coisas no lugar.

Esperamos ter deixado claro para você leitor que a construção de uma ação coerente passa por um processo interno e contínuo. Aparentemente é complicado, mas posso garantir que não é. Basta começar, pois os resultado começam aparecer.

A continuidade no exercício dos 5 movimentos do autoconhecimento trarão resultados sólidos e consistentes. Lembre-se ninguém é coerente do nada, tudo é construído, então comece agora, porque uma hora você precisará começar!